Hidrelétricas na Amazônia
O projeto
“Depois das hidrelétricas: processos sociais e ambientais que ocorrem depois da construção de Belo Monte, Jirau, e Santo Antônio na Amazônia Brasileira” é coordenado por Emilio Moran, da Universidade Estadual de Michigan (Estados Unidos) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), por meio da iniciativa São Paulo Excellence Chairs (SPEC), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).
Histórico
Ao todo, são mais de 10 anos de estudos a partir de várias áreas do conhecimento com o objetivo de investigar os impactos sociais e ecológicos da construção de hidrelétricas na Amazônia. O primeiro projeto, iniciado em 2013, identificou os impactos negativos nas populações locais causados pela usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, em construção à época. A segunda fase da pesquisa foi iniciada em 2020 e examina os processos e impactos de 5 a 10 anos após a finalização da construção de Belo Monte, além de incluir as hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, no Rio Madeira.
Eixos de pesquisa
Foco na pesca
Este eixo investiga os efeitos da construção das barragens de Jirau e Santo Antônio, e Belo Monte sobre a pesca e o modo de vida dos pescadores nos rios Madeira e Xingu. As análises abordam questões como: (1) as consequências de curto e longo prazo da construção das barragens na atividade pesqueira; (2) os efeitos sobre a biodiversidade e a diversidade funcional dos peixes; e (3) as transformações ocorridas na vida dos pescadores e os principais problemas emergentes.
Equipe: Carolina Doria; Caroline Arantes; Mariluce Paes de Souza; Samuel Grinstead Hessburg; Vanessa Reis.
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Foco nos impactos sociais
Um dos eixos do projeto investiga os impactos sociais e a resposta das regiões ao declínio populacional depois de um período de crescimento explosivo durante a construção das hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, em Porto Velho (RO), e Belo Monte, em Altamira (PA). Buscou-se analisar como se reconfigura o mercado de mão de obra e até que ponto houve desenvolvimento econômico regional a partir da instalação das hidrelétricas nos dois locais de estudo.
Equipe: Guilherme Lobo; Igor Cavallini Johansen; Janaína Welle; Leila da Costa Ferreira; Lucia da Costa Ferreira; Maíra Fainguelernt; Marcia Grisotti; Mariluce Paes de Souza; Marina Reche Felipe; Osvaldo Damasceno.
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Foco no uso e na cobertura da terra
Este eixo estuda as mudanças na cobertura da terra (cobertura biológica e física observada na superfície da Terra) e uso da terra (arranjos, atividades e insumos que o ser humano empreende em um certo tipo de cobertura da terra para produzi-la, alterá-la ou mantê-la) ao redor desses três empreendimentos energéticos. Os estudos do grupo incluem o uso de sensoriamento remoto e geoprocessamento para analisar as mudanças espaciais e temporais do uso da terra e cobertura da terra; análises interdisciplinares de questões fundiárias, demográficas, sociais, econômicas, políticas e de regulamentação relacionadas à construção das hidrelétricas; e pesquisas com comunidades ribeirinhas e povos indígenas, buscando identificar as mudanças socioecológicas associadas ao uso e cobertura da terra.
Equipe: Alexandre Augusto Cardoso Lobato, Evandro Albiach Branco, Evandro Mateus Moretto, Gabriela Alves Carreiro, Guilherme de Sousa Lobo, Guilherme Prado Alves, Gustavo Felipe Balué Arcoverde, Jocilene Dantas Barros, Leonel Sánchez, Miquéias Freitas Calvi, Renata Utsunomiya e Silvia Sayuri Mandai.
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Metodologia
O projeto utilizou métodos como surveys populacionais; ferramentas do Sistema de Informação Geográfica; imagens de satélite de média e alta resoluções para o estudo da dinâmica de uso e cobertura da terra; técnicas de ponta para integrar dados coletados durante o projeto com fontes de informação provenientes de instituições oficiais, como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Ministério do Meio Ambiente, Ministério da Saúde e Ministério do Trabalho; além de métodos participativos.
Ao todo, foram consultadas mais de 4 mil pessoas nas duas localidades (Porto Velho e Altamira) e proximidades – entre entrevistas estruturadas, semiestruturadas e em profundidade, e oficinas participativas.
Produções
Resumo executivo Artigos de destaque Lista de publicações
O projeto documentou as consequências sociais e ambientais da construção das usinas hidrelétricas de Belo Monte, Jirau e Santo Antônio, uma década após a sua implementação. Houve o desenvolvimento regional prometido antes da construção? Houve uma compensação adequada pelos danos ambientais e sociais sofridos pelas populações locais, reassentadas ou impactadas? A mão de obra que abandonou a agricultura para trabalhar nas hidrelétricas durante sua construção retornou à agricultura familiar? Essas e outras questões nortearam a pesquisa ao longo dos últimos cinco anos e são fundamentais tanto para a formulação de políticas públicas quanto para a ciência, especialmente considerando que muitas outras hidrelétricas estão em fase de planejamento. Ignorar os resultados desta pesquisa pode significar que o país continue a construir hidrelétricas que prometem aquilo que, até o momento, não conseguiram cumprir.” – Emilio Moran
Imprensa
Release
Eventos
Em Porto Velho, Rondônia Em Altamira, Pará
Contato
spec@unicamp.br