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Webinar discute pesquisa e gestão em unidades de conservação paulistas

José Tadeu Arantes | Agência FAPESP – O 1º Encontro Paulista de Pesquisa em Gestão de Unidades de Conservação foi realizado on-line, em formato webinário, organizado por FAPESP, Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (SIMA) e Fundação Florestal (FF).

Com a moderação de Carlos Joly, coordenador do Programa BIOTA-FAPESP, e de Gerd Sparovek, presidente da Fundação Florestal do Estado de São Paulo, o encontro reuniu representantes dos 15 projetos aprovados no âmbito da chamada de propostas FAPESP/SIMA/FF “Conservação, restauração e uso sustentável da biodiversidade em Unidades de Conservação”.

Participaram do evento Eduardo Trani, subsecretário de Meio Ambiente do Estado de São Paulo; Rodrigo Levkovicz, diretor executivo da Fundação Florestal; Luis Alberto Bucci, diretor do Instituto Florestal; e Luiz Eugênio Mello, diretor científico da FAPESP.

As apresentações dos 15 projetos contemplaram um amplo espectro temático, desde a inclusão da geodiversidade na definição das políticas de proteção e conservação da natureza e proteção, como sublinhou Maria da Glória Motta Garcia, tratando da elaboração de proposta metodológica para o Núcleo Caraguatatuba do Parque Estadual da Serra do Mar, à varredura digital por meio de drones e escaneamento a laser, previstos no projeto de documentação, gestão e divulgação da paisagem cultural do Parque Estadual da Ilha Anchieta, exposto por Eloisa Dezen-Kempter.

A etnobotânica participativa, incorporando saberes tradicionais de comunidades quilombolas aos conhecimentos produzidos nas universidades e institutos de pesquisa, foi enfatizada por Eliana Rodrigues no projeto sobre o Núcleo Picinguaba, do Parque Estadual Serra do Mar.

Luís Felipe de Toledo tratou da contaminação dos anfíbios de áreas elevadas pelo fungo quitrídio, que definiu como “o pior patógeno de vida florestal de todos os tempos” (leia mais sobre o projeto em agencia.fapesp.br/30128/).

Um projeto que se destaca pela originalidade é o da identificação individual das onças-pintadas do contínuo de Paranapiacaba, apresentado por Beatriz de Mello Beisiegel. Com uma população total de menos de 250 indivíduos adultos, a onça-pintada encontra-se criticamente em perigo de extinção na Mata Atlântica.

“O contínuo de Paranapiacaba é a área mais importante para a espécie na Mata Atlântica costeira. E cada bicho é único, com sua história de vida, suas relações familiares, seus hábitos, seus tiques. Por isso, queremos identificá-los individualmente, promovendo a sensação de familiaridade da sociedade para com a espécie e sua conservação”, disse Beisiegel.

Além dos pesquisadores citados, participaram das apresentações: Miguel Luiz Menezes Freitas, que apresentou o projeto sobre sementes nativas para restauração de áreas degradadas; Fabio dos Santos Motta, que falou sobre o uso público e fronteiras do conhecimento em áreas marinhas protegidas; Luiz Miguel Casarini, responsável por estudo sobre habitats marinhos e combate à pesca fantasma; Milena Ramires de Souza, que desenvolve pesquisa sobre pesca esportiva na reserva de desenvolvimento sustentável da Barra do Una; Adriano Pinter dos Santos, que avalia o impacto da febre amarela em primatas não humanos de duas unidades de conservação; Maria Elina Bichuette, com a apresentação da modelagem de cenários do Parque Estadual Caverna do Diabo; Alexandre Uezu, que estuda a resiliência em paisagens multifuncionais em face das mudanças climáticas; Vânia Regina Pivello, que tratou da perda de biodiversidade em Unidades de Conservação paulistas; Rosana Louro Ferreira da Silva, que estuda a educação ambiental e gestão em Unidades de Conservação; e Amarilis Lucia Casteli Figueiredo Gallardo, que desenvolve projeto sobre serviços ecossistêmicos na gestão de Unidades de Conservação urbanas.

Este texto foi originalmente publicado por Agência FAPESP de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original aqui.