Com o Time em Campo:: Megaeventos esportivos, Copa Verde e os Conflitos de uma Agenda Ambiental Global
Autor(a): Michelle da Costa Portela
Orientador(a): Lúcia da Costa Ferreira
Coorientador:
Data de defesa: 30/05/2017
Banca:
Lúcia da Costa Ferreira (Presidente)
Aline Vieira de Carvalho
Jose Eduardo Viglio
Thales Haddad Novaes De Andrade
Antonio Ribeiro de Almeida Junior
Este estudo versa sobre os conflitos sociais na arena ambiental da Copa do Mundo do Brasil, em 2014, no contexto da inclusão do Brasil e do BRIC’s no roteiro de megaeventos de abrangência global, e os sentidos sobre sustentabilidade desencadeados nesse processo. Se por um lado, o projeto desenvolvimentista soube incorporar esse elemento na centralidade da realização do evento, como força legitimadora do país hospedeiro às expectativas de países middle-class, a compreensão sobre os movimentos sociais que se organizaram em torno dos megaeventos corrobora estudos recentes sobre coalizões de grupos que, embora ainda de fundo de resistência neoliberal e mantendo uma grande variedade de objetivos, valores e modelos de organização, têm sido capazes de obter a convergência ideológica e compartilha formas de ação, enfatizadas pelas oportunidades oferecidas pelos eventos internacionais, tais como megaeventos. Dessa forma, a Copa 2014 marcou uma convergência momentânea de grupos e organizações de diferentes orientações ideológicas e estruturas de movimento em oposição a um adversário comum (neste caso, o capitalismo/neoliberalismo), a partir de diferentes características do que está em primeiro plano por cada movimento, tais como a posição dominante das empresas multinacionais, a exclusão das minorias e a destruição do ambiente, para dar amplitude às denúncias e reivindicações reformistas e denunciar o caráter top-down da promoção da responsabilidade ambiental corporativa como uma encenação de sustentabilidade, numa arena em que os impactos do eventos e as respostas sociais tornaram as contradições impossíveis de serem encobertas pelo agendamento oficial devido ao uso de estratégias de comunicação e conquista da opinião pública por meio das mídias alternativas criadas para ampliar o poder de crítica dos “atingidos pela Copa”.
Palavras Chave:
Copa do Mundo (Futebol) (2014: Brasil), Conflito social, Comunicação, Sustentabilidade.