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Deixemos de ser ingênuos!

Leia o artigo de Cristiana Simão Seixas para o Nexo Jornal, publicado em 11/8:

A crise multidimensional que vivemos hoje está ancorada em um modelo de crescimento econômico ilimitado, que já se provou insustentável durante mais de um século

É fato. Vivemos uma crise multidimensional. Talvez a maior crise que a humanidade já

Edição de Imagem: Marcos R Pereira

 experienciou.Hoje os holofotes estão na crise sanitária promovida pela covid-19 e nas suas antecipadas consequências – como uma recessão econômica mundial –, mas pouco se fala de suas causas. Sem dúvida, a maioria dos países enfrentará, ou já está enfrentando, uma crise econômica sem precedência na história. Muita inovação, criatividade e novos acordos e pactos sociais serão necessários para navegar os tempos difíceis que teremos pela frente. Entretanto, para (re)pensar e planejar o futuro é fundamental que aprendamos com as lições do passado. Parece clichê, mas não é. A história mostra que evoluímos e acumulamos conhecimentos por tentativa e erro. Temos que ter humildade para olhar os erros e acertos do caminho já percorrido e que nos levou à crise multidimensional que enfrentamos atualmente.

A crise sanitária é reflexo também da crise global da perda da biodiversidade. A perda de habitat de espécies selvagens devido a expansão agropecuária, urbana e de infraestrutura e a mineração, entre outros, juntamente com o consumo dessas espécies têm favorecido o surgimento de muitas zoonoses como a covid-19. Essa mesma crise da perda da biodiversidade está intimamente ligada à crise global das mudanças climáticas. Ambas resultam de um modelo econômico de crescimento ilimitado, que já se provou insustentável ao longo de mais de um século, e que continua regendo o modus operandi da esmagadora maioria dos países e nações do mundo. A crença nesse modelo econômico, que privilegia o crescimento ilimitado e o acúmulo de capital nas mãos de poucos indivíduos e corporações em detrimento do esgotamento de recursos naturais, mudanças climáticas e elevada desigualdade de renda, contribuiu enormemente para eleger recentemente governos de ultradireita em alguns países, como o nosso.

Confira artigo de Cristiana Simão Seixas, publicado no Nexo Jornal, em 11 de agosto de 2020.

Link da matéria: https://pp.nexojornal.com.br/opiniao/2020/Deixemos-de-ser-ing%C3%AAnuos