Teses em 2015

A HISTÓRIA DO AMBIENTE, CIÊNCIA E SOCIEDADE CONTADA PELO DDT: UMA ANÁLISE DE DISCURSO E DE CONTEÚDO DA MÍDIA DOS ESTADOS UNIDOS E DO BRASIL ENTRE 1944 E 2014

Autor(a): Rubia Pereira Gaissler
Asesor(a): Aline Vieira de Carvalho
Co-Asesor(a): Dr. Jansle Rocha

Datos de defensa: 23/03/2015
Banca: Leila da Costa Ferreira, José Eduardo Viglio, Antônio Ribeiro de Almeida Júnior, Gabriela Marques di Giulio

Esta tese de doutorado teve como objetivo analisar a cobertura midiática do pesticida DDT desde a sua primeira aparição na mídia, em 1944, até 2014. O objetivo estabelecido foi de identificar as principais narrativas usadas para falar sobre o DDT e as mudanças observadas no discurso referente ao mesmo durante todo o período de tempo acima mencionado. Isto foi atingido observando uma porção selecionada da mídia de dois países que têm um histórico relevante no que diz respeito ao DDT: os Estados Unidos e o Brasil. O primeiro foi escolhido por se tratar de um usuário intenso e um forte defensor da utilização do DDT entre as décadas de 1940 e 1960, e também por ter sido o vórtice de um debate que levou à proibição global do DDT, na década de 1970; o segundo foi incluído na análise para oferecer um contraponto ao primeiro, justificado por uma diferença muito distinta em aspectos culturais, geográficos, econômicos e demográficos. Foram analisadas as revistas Estadunidenses TIME, The New Yorker e Popular Science, e as revistas brasileiras Veja e Superinteressante. O estudo identificou uma virada discursiva única na cobertura da mídia, em 1967, quando DDT deixou de ser visto majoritariamente como benéfico e passou a ser principalmente visto como prejudicial. A análise quantitativa das 711 unidades midiáticas que fizeram parte do conjunto de dados mostrou oscilações na intensidade da cobertura ao longo dos 70 anos estudados, com destaque para um pico entre 1969 e 1971, sendo que tais variações foram interpretadas trazendo o contexto histórico-culturalde cada período abordado e considerando a trajetória do movimento ambientalista, do jornalismo científico e da própria ciência. Adicionalmente,a tese foi estruturada objetivando desmistificar o papel da bióloga norte-americana Rachel Carson na proibição de DDT, investigando sua influência na trajetória do discurso relacionado ao DDT tanto na época em que lançou a obra Primavera Silenciosa, em 1962, quanto observando de que maneiras o retrato da sua figura enquanto símbolo evoluiu nas décadas seguintes até chegar às representações oferecidas no presente

Palabras Clave:  DDT, Mídia e Ambiente, Análise de Discurso, Análise de Conteúdo.